.

.

1.2.15

"O mês de Janeiro é sempre difícil"


Janeiro foi um mês intenso. Nalgumas ocasiões foi dolorosamente, incompreensivelmente intenso, como quando se deu o ataque a Charlie Hebdo. Guerra dos tempos modernos com massas cinzentas da idade Média. Foi o mês da esperança grega apesar de eu, como muita gente, ter dúvidas se vai ter bons resultados. De qualquer forma tiveram a coragem de mudar, o que, estou totalmente de acordo, é necessário e urgente.
Pessoalmente, o mês começou com uma gripe de respeito e passou por um período de reposicionamento no trabalho que espero conseguir levar avante. Foi, também, o mês dum almoço importante, feito por mim, mas que não correu lá muito bem. Fica desse almoço um olhar lancinante, da matriarca presente, que me percorreu a espinha e que, dificilmente vou esquecer. Foi o mês em que uma colega, normalmente dura como uma rocha, se desmoronou e mostrou ser um ser humano normal com emoções e fragilidades normais. Mas, mais interessante de tudo, este mês passou, também, por uma ida ao teatro Dona Maria II. Cyrano de Bergerac fez-me recordar Le Jeu de l'amour et du hasard, de Marivaux, a que assisti num teatro experimental em Paris, há já vinte anos. Adorei a peça, o trabalho dos actores, o trabalho de luzes (aquele luar!), o cenário...mas acima de tudo gostei da sala (que não conhecia), acolhedora, elegante. Senti-me transportada para outra época. E eu adoro isso!