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30.8.16

Identifico-me com isto

Fico sempre agradecida às televisões quando mostram o Portugal real. No blog french kissin diz-se assim:

"depois do fogo, as televisões regressam aos locais das tragédias, à procura de histórias que preencham o verão. muitas dessas reportagens pareceram-me francamente acima da média e só pecam por rodarem demasiadas vezes no ecrã - penso ter visto na quarta uma reportagem que já vira na segunda -, num exercício que conduz a uma certa banalização. mas isso já é outra história,
são quase sempre histórias de pessoas, rostos tisnados pelo sol e pela dureza do mundo rural, olhar vazio de esperança. pessoas que perderam tudo, porque, talvez para espanto de muitos, ainda há muito quem viva de quase nada, do que a terra vai dando quando dá.
'conheço' aqueles rostos porque nasci e cresci num mundo assim, entre rostos e vidas dessas."

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5.8.16

A propósito da actualização do cálculo do IMI

A jornalista Helena Garrido assina um artigo muito interessante, no Observador, sobre o novo cálculo do IMI que vai ser instituído por este governo.  Comparando com um imposto equivalente pago pelos britânicos entre os séculos XVII e XIX, diz assim:
"Durou 156 anos. Entre 1656 e 1851 os britânicos pagaram um imposto sobre o número de janelas, um dos mais estudados tributos. Parecia genial. Era o máximo de equidade e eficiência. Os ricos tinham casas maiores, logo mais janelas, logo pagavam mais imposto. Justiça fiscal. A matéria colectável era facílima de determinar. Bastava contar o número de janelas. Eficiência total.
O imposto sobre as janelas é um dos melhores casos para se estudar a reacção aos incentivos dados por uma política económica. Nem eficiente nem justo, foram os resultados. Os ricos, com dinheiro para pagar a bons arquitectos e com poder, reduziram ao mínimo o número de janelas para o máximo de luminosidade. Quem deixou de ter a luz do dia foram os empregados, que ficaram com os quartos sem janelas. Nem justiça fiscal nem eficiência. O que o governo de sua majestade fez foi influenciar a arquitectura e contribuir para que os mais pobres tivessem pior qualidade de vida, com menos exposição à luz solar."
E mais à frente:
"A partir de agora estão criados os incentivos para se passar a orientar as casas para Norte e assim pagar menos impostos. Teremos casas mais frias, com menos luz natural e assim teremos não só uma vida menos saudável como vai aumentar a conta da luz e do aquecimento para quem tiver dinheiro para isso. Lá se vai a justiça fiscal."
Sr. Primeiro Ministro precisamos de medidas e politicas inteligentes. Não foi a isso que se propôs?

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