.."Não é coisa usual eu incluir prefácio nos meus livros. Entendo que eles se recomendam como os peregrinos de Santiago, pelas conchas que têm no chapéu e que simbolizam a viagem no sentido supremo, de descoberta, de testemunho e redenção." Agustina Bessa-Luís, em "Fanny Owen"
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30.1.10
21.1.10
18.1.10
15.1.10
1.1.10
Passaram onze anos
Há onze anos atrás eu estava muito entusiasmada. Ía começar a maior aventura da minha vida até agora. Vir viver para Lisboa. O feriado de 1 de Janeiro era também à sexta feira e na segunda seguinte já tinha que me apresentar no meu novo trabalho. Em Lisboa. Parecia um sonho. Eu não tinha medo. Sentia que era um passo enorme mas que não era dificil de dar porque qualquer coisa muito poderosa estava a ajudar-me a ir em frente. Era coragem misturada com alegria. Estava a fazer, a construir, talvez pela primeira vez, o meu caminho. A minha vida. Era tempo de independência mas também de provar que era capaz. Não sabia o que o futuro me reservava e isso era fascinante. Estava tudo em aberto.
Passaram onze anos.
Foi um caminho com muito para contar (quem sabe o farei noutro contexto). Se estou satisfeita? Sinto-me como os soldados que vão para a guerra e descobrem que talvez não estivessem preparados para aquilo (não sei se se pode estar suficientemente bem preparado para tudo). No final da guerra estão esfarrapados, principalmente na alma. Mas sobreviveram à guerra. Jamais voltarão a ser os mesmos. Quando muito podem recorrer-se das recordações antigas para conseguirem sanidade mental e forças para continuar.
O pior de tudo é começar a abdicar de sonhos antigos e importantes.
O melhor é que o futuro continuam a ser páginas em branco.
Os ciclos das outras pessoas terminam em datas certas e bonitas (dez anos, vinte anos, vinte cinco anos). Como em tudo, também nos ciclos fujo à regra. Passaram onze anos.
Passaram onze anos.
Foi um caminho com muito para contar (quem sabe o farei noutro contexto). Se estou satisfeita? Sinto-me como os soldados que vão para a guerra e descobrem que talvez não estivessem preparados para aquilo (não sei se se pode estar suficientemente bem preparado para tudo). No final da guerra estão esfarrapados, principalmente na alma. Mas sobreviveram à guerra. Jamais voltarão a ser os mesmos. Quando muito podem recorrer-se das recordações antigas para conseguirem sanidade mental e forças para continuar.
O pior de tudo é começar a abdicar de sonhos antigos e importantes.
O melhor é que o futuro continuam a ser páginas em branco.
Os ciclos das outras pessoas terminam em datas certas e bonitas (dez anos, vinte anos, vinte cinco anos). Como em tudo, também nos ciclos fujo à regra. Passaram onze anos.
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