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13.7.10

13 de Julho de 1985

Não é à toa que me sinto priveligiada por ter nascido nos anos 70 e crescido nos anos 80. Perguntei hoje a pessoas que me rodeavam se se lembravam do Live Aid, grande marco da história da música, e ninguém se lembrava. Uma nasceu nos anos 80 (mesmo assim nunca tinha ouvido falar!), outra é de uma geração mais velha mas também lhe tinha passado completamente ao lado. Mas onde quero chegar é que uma das riquezas dos anos 80 foi a música e qualquer pessoa que se preze que tenha sido adolescente nessa altura ficou indelevelmente marcado por ela. Grandes bandas, grandes concertos, grandes ideais (e grandes penteados também!). Assim, em 13 de julho de 1985, acontece o grande concerto Live Aid com o intuito de juntar músicos num concerto duplo (no Wembley Stadium em Londres e no J. F. Kennedy Stadium em Filadélfia EUA) em simultâneo. Uma verdadeira maratona de 10 horas onde passaram os músicos mais conhecidos da altura e que, muitos deles, ainda são considerados os melhores da actualidade. O objectivo deste feito, cuja organização esteve a cargo de Bob Geldof e Midje Ure, era chamar a atenção do mundo para a situação de fome e miséria que se vivia em Áfica e angariar fundos para combatê-la.
Lembro-me muito bem de assistir a tudo isto pela televisão. Algumas actuações foram consideradas extraordinárias como a dos U2 que a seguir deixo aqui. Para além de tudo lembro-me de sentir o poder da união daquelas pessoas que à partida tinham um dom especial mas que juntos conseguiram criar um cordão de energia fantástico e exemplar para muitas gerações. Essa energia extravasou para a carreira pessoal deles sendo um impulsionador para o sucesso, e ainda bem. Se foi importante para África? Muito se falou sobre isso e por muitos bons anos. Uma das coisas que se ficou a saber é que a ajuda humanitária que se conseguiu com este concerto, significativa por sinal, teve enormissimas dificuldades em chegar às populações a que se destinavam por questões politicas. Basicamente os governos e/ou organizações desses países, sabendo da situação catastrófica das suas populações, impediram a todo o custo que a ajuda lhes chegasse. De certa forma este concerto e respectivas consequências também contribuiram para a perda da ingenuidade de uma geração. Mas os ideais não morreram!