.."Não é coisa usual eu incluir prefácio nos meus livros. Entendo que eles se recomendam como os peregrinos de Santiago, pelas conchas que têm no chapéu e que simbolizam a viagem no sentido supremo, de descoberta, de testemunho e redenção." Agustina Bessa-Luís, em "Fanny Owen"
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22.7.14
20.7.14
Azul, a minha cor favorita
E quem é que foi aos saldos? Quem foi? Fui eu. Mas apaixonei-me por estes lindos sapatos da nova colecção de Inverno e já não tive mais dinheiro para os saldos...
19.7.14
17.7.14
Há muitos anos...como se fosse hoje!
...
- Já cá bou, bó!
- Bai com Deus, pequena!
Tenho saudades suas!
- Já cá bou, bó!
- Bai com Deus, pequena!
Tenho saudades suas!
16.7.14
15.7.14
O tempo é de rigor do pensamento e busca de coragem não sei onde por isso um poema
Passamos pelas coisas sem as ver,
se alguém nos pede amor não estremecemos:
Eugénio de Andrade, As mãos e os Frutos
gastos como animais envelhecidos;
se alguém chama por nós não respondemos, se alguém nos pede amor não estremecemos:
como frutos de sombra sem sabor
vamos caindo ao chão apodrecidos.Eugénio de Andrade, As mãos e os Frutos
14.7.14
O T.
O T. fugiu de casa há mais de um mês e nunca mais foi visto. O T. tem dificuldades que os outros não têm, porque tem um problema desde que nasceu que lhe confere um atraso mental. Numa zona rural, há a hipótese de se alimentar do que a terra dá, mas desapareceu numa altura em que não havia tanta fartura como agora, em que a fruta, por exemplo, ainda estava verde. Não é a primeira vez que isto acontece, mas desta vez...já lá vai muito tempo. O T. é um homem na casa dos quarenta que andou comigo nos primeiros tempos da primária. Irritava-me porque sempre que me via começava a cantar: "o vento leva a flor, ó i ó ai só a mim ninguém me leva" e por aí adiante. O T. tinha sido criado pelos avós porque os pais tinham muitos filhos e não lhe podiam dar toda a atenção que precisava. E ele ajudava os avós. E fazia-lhes companhia. E ele gostava dos avós e os avós dele. Os avós morreram e ficou entregue a uma tia. Um dia foi também um bébé, com certeza amado, acarinhado e em quem projectaram sonhos. E enquanto criança e adulto aposto que só queria o que todos queremos: ser amado, ser feliz. Todos temem que tenha morrido. Eu também temo. Fica a reflexão: que raio de sociedade é esta que não sabe cuidar e proteger os mais fracos? Que raio de vida é esta que não nos permite olhar para as pessoas com a atenção que elas precisam?
7.7.14
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